cinema, imagem e psicanálise
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sinopse
A autora de Guimarães Rosa e a psicanálise e Arte e psicanálise associa o turbilhão de imagens do cinema aos vertiginosos movimentos do inconsciente, diante dos quais cabe ao homem romper a sensação de ilusão, em busca de uma realidade possível. Tania Rivera investiga nessa obra a força e a vertigem das imagens para mostrar que tanto o cinema quanto a psicanálise despertam o que há de mais essencial no homem e o que o torna um sujeito. (sinopse proposta pela editora)
resenha
O ser humano é, por natureza, um ser cinematográfico? Uma provável resposta a esse questionamento seria sim, mas, mais do que cinematográfico, talvez ele seja especular, pois só compreende a realidade a partir do enquadramento dado pela sua fantasia. Reflexões como estas, e muitas outras relacionando imagem, arte, psicanálise e cinema, podem ser encontradas no livro Cinema, imagem e psicanálise, de Tania Rivera, no qual, com grande propriedade, a autora relaciona elementos primordiais e atuais presentes na estrutura psíquica humana, a saber, a imagem e sua compreensão e apropriação pelo cinema e pela psicanálise. Trata-se de uma obra extremamente atual, pois o homem contemporâneo, mais do que nunca, está inserido em um universo linguístico baseado em imagens e, sendo assim, nada mais propício para compreendê-lo do que o cinema e a psicanálise, que também são construções contemporâneas e, sobretudo, especulares.
No livro não são realizadas interpretações psicanalíticas de filmes ou de personagens; em vez disso, a autora demonstra o apelo que as obras cinematográficas exercem sobre o espectador, e faz um convite para que o leitor também experimente esse apelo. Semelhante ao filósofo chinês Lao Tsé, que afirmava em seu famoso livro Tao Te King que sem sair de casa é possível conhecer o mundo e que sem olhar pela janela é possível ver o “Tao do Céu”, Tania Rivera mostra de uma forma poética que o cinema se apresenta como uma janela para o mundo. É um livro que vale a pena ser lido, pois apresenta em suas linhas (e entrelinhas) a essência do próprio tema que se pretende estudar, a relação entre psicanálise e cinema/arte. É uma obra ao mesmo tempo sedutora e envolvente, reveladora e encobridora (trecho da resenha de André Luiz Picolli da Silva: SILVA, A. L. P. A imagem em cena. Ide (São Paulo). 2010, vol.33, n.50, pp. 219-222)
trecho
O escritor italiano Italo Calvino, em um escrito biográfico sobre sua adolescência, afirma que o cinema era, para ele, o mundo. Um mundo pleno e coerente, ao contrário de sua vida, que não era mais do que um amontoado de elementos heterogêneos, sem forma, “como que juntados ao acaso”. (página 8)
Temos aí uma dimensão da imagem que não deixa ver as falhas e nos dá a ilusão de um mundo homogêneo e bem organizado (mesmo quando trata de temas complexos e problemáticos, como a violência, por exemplo). Podemos chamá-la de imagem-muro. Ela é antianalítica, faz-nos esquecer da terrível sentença de Freud de que o eu não é mais senhor em “sua própria casa” — pois o inconsciente nos tira o tapete e denuncia como ilusão o domínio que teríamos de nós mesmos e do mundo. Nessa dimensão, a imagem é tranqüilizadora, ela nos recentra, nos faz senhores de nossa própria casa — e de nosso próprio cinema. Ao lado dessa vertente da imagem, porém, perfila-se uma outra que não deixa de estar presente no cinema, a imagem-furo — agenciamento de imagens que nos põe em questão, problematiza a realidade e pode nos colocar na vertigem, por vezes poética, de um mundo heterogêneo do qual não somos senhores. Brechas entre imagens, espaço irreconhecível, caos pulsante que é a própria vida. Terrível e maravilhoso aleph. (página 8)
capa
referência bibliográfica
RIVERA,T. Cinema, Imagem e Psicanálise. 1. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. v. 1. 75p.
título: cinema, imagem e psicanálise
isbn: 9788537800966
idioma: Português
encadernação: Brochura
formato: 12 x 18
páginas: 90
coleção: psicanálise passo a passo - Vol. 85
ano de edição: 2008
ano copyright: 2008
edição: 1ª
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