Museu de Arte Moderna - Rio de Janeiro - 2020
Dissimulation é uma plataforma de intervenção audiovisual participativa para celulares. Logado na plataforma os aparelhos integram um instrumento-instalativo coletivo onde os participantes são convidados a alimentá-lo para produzir o conteúdo resultante.
O trabalho explora recursos incorporados nos dispositivos - pequeno alto-falante, microfone, wifi, sensores, etc. O resultado é um ambiente electro-acústico participativo, dinâmico, difuso, portátil e dissimulado. A proposta acaba por articular os participantes em situações diferentes do quotidiano, emula concertos electroacústicos móveis em situações e espaços inusitados.
Intervenção jardim Museu de Arte Moderna - Rio de Janeiro - Fev. 2020.
Dissimulation inverte a forma como se usa os celulares quotidianamente. Em vez de utilizar o dispositivo para se conectar com alguém a distância, Dissimulação convida o público a desligar o smartphone da Internet e conectar a uma rede local e interagir com pessoas que estão a sua volta através do som.
Exposição Strange Things - Berlim - Jan - 2020.
O celular é o dispositivo que celebra o paradigma 24/7 da conectividade permanente (vinte e quatro horas por sete dias da semana). Paradoxalmente a ideia de estar sempre conectado tem um efeito oposto ao tecido social, produzindo cada vez mais o isolamento do sujeito contemporâneo. Olhando para a última década, podemos reconhecer quão rápido o celular se tornar um dispositivo popular. Em 2019 no Brasil, por exemplo, o número de smartphones ativos ultrapassou a população do país de 210 milhões. De uma forma ou de outra o celular instaurou o monitoramento constante e voluntário o qual estamos. Ele personifica aquilo que alguns teóricos definem como a lógica da "coleira electrónica" de uma sociedade de controle. De modo geral, Dissimulation tenta explorar esse paradigma no contexto sonoro contemporâneo.
Intervenção jardim Museu de Arte Moderna - Rio de Janeiro - Fev. 2020.